(eu a Cátia no dia do nosso 6º aniversário)
ABC...part II
N- de Nancy, uma das rivais da Barbie mas em verão muito menos fashion….digamos que a Nancy está para a Barbie como a Ruth Marlene está para a Dulce Pontes….
O- Onda choc. Eu sei, eu sei, nem o deveria sequer pensar, quanto mais verbalizar. Mas naquela época era do melhor “rock” para a “canalha” de 11 ou 12 anos. (os Black eyed peas que me perdoem mas para mim naquele tempo, Onda choc ruled).
P- de "Porcina", de playmobill e claro de Pin y pon. A primeira, personagem fabulosa da novela “Roque Santeiro” (nos idos meados dos eighties…que saudades) que era pura explosão de kitsch com vernáculo ali de Chelas (não que tenha algo contra Chelas ou qualquer outra parte da cidade). Tudo nela era exagero: do batôm ao sapato de salto alto (se o João Rôlo a visse, dava-lhe um tratamento total e ainda lhe fazia desconto). Os segundos: os bonequinhos da Playmobill, apesar de não ser grande “utente” dos mesmos, adorava ficar a ver os seus“reclames”, pelos cenários que tinham (aliás, confesso que muitas vezes invejava mais os cenários que a publicidade usava que os produtos que anunciava). E claro os Pin y Pon…tinha a quinta, os bonequinhos com cabelos coloridos todos e sei lá mais o quê. Só o nome dá vontade de começar a falar à bebé, pois no reino Pin y pon, tudo é tão “-inho”.
R- de “Roda da Sorte” do grande “tio Herlander” José, nos tempos áureos em que o seu humor era puro génio (e honra lhe seja feita, que se os Gatinhos hoje fazem o sucesso que fazem a ele lhe devem, pois foi o percussor da escrita humorística neste país numa época em que o lápis azul ainda tinha partido o bico há pouco tempo…). “R” de “Roque Santeiro”. E homens que leiam isto: podem-me dizer que não viam novelas e tal mas esta não me venham dizer que não viam…marcou toda uma geração (nem que fosse pela viúva Porcina da Silva eh eh).
S- de Sandra Kim e o seu “J’aime j’aime la vie”. Irresistível!! Nos tempos em que o Emanuel ainda não escrevia letras para o festival Eurovisão da canção (e se calhar o facto de nem termos tido votação não deve ser alheio ao letrista…eu não sou cá de intrigas mas…). “S” também do sapo da canção da Maria Armanda “eu vi um sapo… num guardanapo…”, coisa mais linda, a doce ternura da rima emparelhada; naqueles tempos era um autêntico hit.
T- de “Tragabolas”…o famoso jogo dos hipopótamos a comer bolas num jogo que fazia as delícias (e preenchia as horas vagas) da minha pré-adolescência. “T” de Topo Gigio, o ratinho fofinho que nos dizia as boas noites antes do one and only “Vitinho” (mas sobre ele já falarei mais adiante). Era puro mel ver aquela figura doce a convidar-nos a deitar... o verdadeiro “recolher obrigatório”. “T” de…Tom Sawyer…”tu andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear..” (saudade boa não é? Quem disse que toda a saudade é má?) ele, Joe – o índio, a tia Polly, a Becky, todos juntos a maravilhar-nos junto ao Mississipi… quem diria que anos depois eu o revisitava em algumas das obras estudadas na Faculdade…? A vida é mesmo feita de (re)encontros. “T” ainda de “Tulicreme”. E devo dizer que nunca mas nunca gostei deste creme para barrar, então porque o tenho aqui? Porque a minha irmã era (e ainda reage “pavlovianamente”) absolutamente louca por “Tulicreme”… poderia mesmo alimentar-se do produto. O pão para ela era já um prolongamento do “tuli” (com direito a nickname e tudo). Portanto, senhores fabricantes do Tulicreme, esta homenagem foi também para vocês. E pronto este “fantasma” já exorcisei eh eh. “T” ainda do “Tal canal”: mais uma vez, a gratidão é muito bonita e tio Herman, muitas gargalhadas lhe devo, e todas com muita mas muita “papikra”.
Finalmente, “T” de telenovelas… confesso que era soap-opera dependente… via todas, sem qualquer triagem ou espaço para (bom) gosto. Mas a infância não é caprichosa logo era tudo visto, decorado e imitado. Ainda bem, hoje estou vacinada contra elas. Total imunity.
U- de Uma aventura: uma aventura na praia, no castelo, na escola…eu sei lá mais onde, creio que a imaginação das autoras Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada era (e é) de tal modo profícua que conseguiriam até escrever Uma aventura num alfinete-dama ou numa caixa de fósforos. A elas devo –indirectamente – o gosto da leitura, que é como todos os outros (bons) hábitos… deve começar cedo. “U” de Um bongo: “o sumo rei da selva…em cada pacotinho uma festa de oito frutos” (dá vontade de agora escrever o resto não é? E cantar ao som da música que neste momento já passa “em rodapé” nas nossas mentes). Creio que todos bebíamos o dito sumo não tanto pelo sabor (que não era mau de facto) mas pelo apelo imenso que o anúncio publicitário tinha em nós. Dos mais bem conseguidos de sempre. “U” de “Um, dois, três”: horas e horas a rir com o Carlos Cruz com uns óculos garrafais e cabelinho à Paulo Bento em versão cro-magnon ainda (lembram-se que tinha a franga mas divida em dois?) e o gesto mítico de contar até três com os dedos? Pois é… ficou cá tudo. E claro, a bota Botilde (que já aqui teve o seu momento de epifania) e o “Zé sempre em pé”. “U” ainda de “Usrinho teddy”…outro caso de amor à primeira vista.
V- de Vitinho: “Está na hora da caminha, vamos lá dormir, vê lá fora as estrelas… dormem a sorrir”. Que delícia… ainda o estou a ver a descer pelo lençol e a vestir o pijama que já o esperava, depois apagar a luz e apagava-se também a nossa alegria diária de o ver. Era já encontro marcado (e ansiado). Criança que se prezasse não se deitava antes de o ver. Dos poucos casos nas nossas vidas em que as despedidas tinham o sabor das chegadas.
“V” de “Vicky” a menina-robot Com o seu vestido vermelhinho e o seu ar sempre bem-comportado. Adorava ver.
“W” – de “Wanda” ou a “A fish called Wanda”… continua a ser um dos meus filmes preferidos. E na altura mal sabia eu (aliás, desconhecia por completo) que os Monty Python integravam o elenco deste genial filme. O que me ri com a célebre cena dos caniches (e não vou aqui descrevê-la sobre pena da União Zoófila vir atrás de mim, o que parecendo que não, seria chato) e da gaguez (representada) de um dos actores. Jamie Lee Curtis prometia tanto naquela altura… let’s wait and see what miracles are left.
X- Ora deixem-me que vos diga… após horas intensas de pesquisa e de consulta com amigos, conhecidos e com… os meus botões, não consegui absolutamente nada com esta letra…pelo menos não que remetesse para a minha infância…lamentável mas verdade. Aceitam-se sugestões. Senão funciona sempre o neologismo “xiça!”
Y- de “Yoggi”que “dá mais vida à tua vida…” não sei se a vocês deu mas a mim de cada vez que o vida dava, pelo ritmo da música do anúncio, pela letra apelativa e claro pela inovação do conceito de iogurte liquido. Num tempo inocente e puro em que ainda não tínhamos sido invadidos por L-Casei Imunitas ou Bifidus activos, era delicioso ver apenas um anúncio bem feito a um alimento que naquela época, era bom e comia-se (ou bebia-se) apenas porque, vejam lá vocês bem, era à base de leite e fazia bem. Tout simple.
Z- de “Zimbra”. A maioria não a conhece mas não faz mal pois as coisas que geralmente mais gostamos não são do conhecimento geral. “Zimbra” era uma bruxinha simpátca que me ensinou a dizer “Hello”, “Goodbye”ou “What’s your name?”. Era a personagem fulcral do meu primeiro livro de inglês. Obrigada “Zimbra”… se não fosses tu, estava no desemprego.
“Z” ainda de “Zé da Viúva”. Remember? O Carlos Cunha, que na altura ainda era o senhor Marina Mota e tinha graça com as suas rábulas no “Um, Dois, Três” e que levava o Carlos Cruz (e a nós) às lágrimas. Da sua cantilena constavam as “doutas” palavras: “ se o Zé da Viúva morresse, ficava a viúva sem o Zé”. E ainda pensavam que a “grande” filósofa Lili Caneças é que tinha descoberto a pólvora com a sua máxima “Estar vivo é o contrário de estar morto”… nah... falta de memória.