sexta-feira, 30 de novembro de 2007
As coisas...
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
Portugal no seu melhor...updates!
("troca de galhardetes" pública, Campo dos Mártires da Pátria, Lisboa)
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
(Re)Luz(ir)
domingo, 25 de novembro de 2007
There's no place like home...
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
A síndrome B.P.
Não, caríssimos leitores, B.P não tem de estar com uma bolinha vermelha no seu canto superior direito pois não é publicidade a uma qualquer marca de combustível, a sigla surge para designar uma das nossas maiores síndromas: o Bilhete Picado.
Esta síndrome costuma surgir geralmente no fim da adolescência e inícios da idade adulta (idade que corresponde à progressão dos estudos ou integração no mercado de trabalho que, por sua vez, implica um maior uso de transportes públicos). A maleita não escolhe género ou etnia, sendo o seu único hóspede o Português.
Os sintomas vão desde uma vontade incontrolável de entrar primeiro que todos os demais seres humanos (e não humanos também, desde que sejam passageiros, a espécie é indiferente) nos transportes. E entrar primeiro não é o único sinal de alerta: o leitor poderá ficar preocupado se, de repente, da próxima vez que entrar num comboio ou autocarro sentir uma premência em não respeitar o lugar que lhe foi atribuído no transporte. Se é a primeira vez que lhe acontece, então recomenda-se uma terapia moderada: alguns minutos de interiorização que devem anteceder a sua entrada, apelando aos princípios de civismo que desde tenra idade lhe foram incutidos (por exemplo aquele que enaltece a virtude de aguardar pela sua vez de forma ordenada).
Se, contudo, não é um “réu primário” mas antes um reincidente então sugere-se a designada “terapia de choque” (mas atenção, por choque não entenda entrar em choque com os restantes passageiros que por acaso até estão cobertos de razão por você se ter sentado no lugar deles), deverá forçar-se sempre a olhar fixamente para o bilhete e controlar esse ímpeto funesto de não respeitar o lugar. Se ainda assim não resultar, então passamos ao terceiro grau na escala de terapia que é a dita “terapia alternativa” e esta é muito mais simples de executar (talvez não para si mas que terá certamente efeitos imediatos nos outros passageiros): esta terapia é alternativa porque lhe recomenda que utilize transportes alternativos: o automóvel, a bicicleta (e aí ganha pontos pois não só previne embaraços como ajuda o ambiente) ou então a sempre bela alternativa de quando pensar em ir de transporte, ficar em casa.
Atenção. Em caso de continuação da sintomatologia apresentada, favor consultar o seu médico.
Vanessa Limpo
terça-feira, 20 de novembro de 2007
sábado, 17 de novembro de 2007
True colours
E de repente,
por cima de um manto de cor escura
vestem-se (alguns) dias de púpura forte,
Colour purple, como no filme.
Surgem do âmago da Cor
para contornar de luz a sombra do Dia.
Today you were my colour purple.
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Cobwebs...
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Wallpaper
Fim-de-semana, feriado e/ou dia Santo é, em Portugal, sinónimo de passeio…
Passeio… passear: correr paisagens sem fim, descobrir novos recantos do nosso país, ou aproveitar o dia para ir até aquele museu que nunca se visitou por falta de tempo, ou preguiça velada….mas….espera…um momento…ah pois….é verdade…estamos em Portugal…e se é feriado ou fim-de-semana, o enquadramento não é, de todo, este.
Os dias ditos para “folgar” (lembrando a raiz do termo que se aproxima do conceito de diversão) são geralmente dispendidos não ao ar livre ou a visitar uma qualquer cidade, monumento ou região mas antes nos centros comerciais…
Portanto, recapitulando: num dia que supostamente serve para descansar, desfrutar da companhia dos que nos são mais próximos ou de quem nos sentimos mais chegados, nós, juntamo-nos em massa e num encontro que não estava marcado com mais uns milhares de desconhecidos, compramos produtos que poderíamos comprar num qualquer outro dia da semana e sofremos encontrões, esperamos em filas intermináveis e ouvimos conversas transversais que preferíamos nunca ter ouvido….e isto de forma totalmente grátis e auto-infligida. Porquê respirar ar puro e visitar o Desconhecido quando podemos gastar o resto do crédito do cartão “Jumbo”?
Para onde vai, então, a necessidade de comunicar, de estar com o Outro? A premência de verbalizar o que nos vai “cá dentro” se não é com os que nos são mais queridos? Ora a resposta está mais uma vez no Centro Comercial (e não, caro leitor, não tenho qualquer acordo com nenhuma grande superfície para utilizar tantas vezes o vocábulo centro comercial) e porquê? Porque as nossas frustrações, desejos, medos e anseios quotidianos têm um escape, a nossa catarse situa-se nas paredes das instalações sanitárias dos espaços públicos. Não há um único leitor que não se tenha já deparado com a panóplia de recadinhos, ameaças, juras de amor eterno (?), trocas de números de telefone ou reflexões de estados de alma. Portanto, em vez de se dizer às pessoas o que sentimos, deixamos recadinhos (anónimos muitas vezes, assinados com corações e setas à mistura, outras tantas).
Quantos “Pedro love Ana” (de notar que a ignorância da verdadeira forma correcta de o dizer na língua inglesa não detém, em momento algum, os emissores das mensagens) já lemos nós nas paredes? E se esperarmos, tivermos alguma paciência para ler este incrível wallpaper humano, veremos que há respostas… ou seja, eu suspeito que se tornou um verdadeiro livro de recados, em que se espera que a pessoa visada leia e responda, à letra, literalmente. Diz-se que criamos muros à volta, contudo, o muro não basta para nos escondermos dos Outros, reinventamos o conceito e criamos muros dentro dos próprios muros. O (nosso) mundo à distância de uma parede.
Vanessa Limpo
in "Correio de Setúbal", ediçao de 30 de Outubro de 2007