Hotels, hospitals, jails
are homes in yourself you return to
as some do to Garbo movies.
Cities become personal,
particular buildings and addresses:
someone lies dead.
Then the music from windows
writes a lovenote-summons on the air.
And you're infested with angels!
James Tate
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Os Olímpicos devem estar loucos!
Não, não vou falar sobre as polémicas mais recentes (e é muito difícil aqui utilizar a expressão recente pois ao ritmo que as tricas, comentários e comentários aos comentários aumentam, não há update que lhes resista) sobre os Jogos Olímpicos.
O(A) leitor(a) que fique, desde já, descansado(a) que não irá ler palavra alguma sobre essa temática.
Eu venho aqui falar do que é de facto importante nestes jogos e que, a meu ver, está em questão quando pensamos nas Olimpíadas. Creio que quando se pensa em Desporto (pelo menos a mim foi isso que me ensinaram), e ainda antes da palavra competição nos surgir, há umas quantas outras que emergem primeiro, a saber: equipa, empenho, esforço, desportivismo. Claro está que estas comezinhas coisas parecem não ter já qualquer força e tê-la-ão ainda menos se pensarmos num tipo de Olímpiadas que nunca está muito em voga, como os eventos ligados à deficiência nunca o estão.
Falo, obviamente, dos Jogos Paralímpicos… pois… lembram-se deles? Nós, portugueses somos medalhados em todos os metais que tanto admiramos e que tão sequiosamente ambicionamos ter! Em Atenas 2004, obtivemos 5 medalhas de Ouro, 6 medalhas de Prata e 5 de Bronze. Ora se isto não é motivo de orgulho, se não são medalhas suficientes para nos vangloriarmos das nossas capacidades, então eu devo estar muito enganada.
Mais do que ganhar medalhas, estes atletas ganharam algo que, por muito que se pense o inverso, não tem preço, não vem espelhado em diferentes metais, noticiado ou comentado, chama-se Respeito, esse velhinho amigo dos que a ele se prestam e o praticam, não como modalidade mas como modo de vida.
Desses atletas não reza a história, dos seus (poucos) apoios, dos seus longos anos de treino, do seu esforço quase supra-humano, do seu silêncio ao silêncio sobre o seu trabalho. Claro que se fala dos paralímpicos, dá-se lhes o tempo de antena comum que se dá a qualquer associação ou evento desportivo. Fala-se porque se realizaram e até ganham sempre umas medalhas. Depois, esquece-se de novo e volta o silêncio.
Isto, para mim, é que merece reflexão, debates e longos comentários. No rescaldo de umas Olímpiadas que ainda nem terminaram o sabor do esquecimento é já amargo, muito amargo.
Vanessa Limpo
in, "Expresso Sem Mais", edição de 23 de Agosto de 2008
O(A) leitor(a) que fique, desde já, descansado(a) que não irá ler palavra alguma sobre essa temática.
Eu venho aqui falar do que é de facto importante nestes jogos e que, a meu ver, está em questão quando pensamos nas Olimpíadas. Creio que quando se pensa em Desporto (pelo menos a mim foi isso que me ensinaram), e ainda antes da palavra competição nos surgir, há umas quantas outras que emergem primeiro, a saber: equipa, empenho, esforço, desportivismo. Claro está que estas comezinhas coisas parecem não ter já qualquer força e tê-la-ão ainda menos se pensarmos num tipo de Olímpiadas que nunca está muito em voga, como os eventos ligados à deficiência nunca o estão.
Falo, obviamente, dos Jogos Paralímpicos… pois… lembram-se deles? Nós, portugueses somos medalhados em todos os metais que tanto admiramos e que tão sequiosamente ambicionamos ter! Em Atenas 2004, obtivemos 5 medalhas de Ouro, 6 medalhas de Prata e 5 de Bronze. Ora se isto não é motivo de orgulho, se não são medalhas suficientes para nos vangloriarmos das nossas capacidades, então eu devo estar muito enganada.
Mais do que ganhar medalhas, estes atletas ganharam algo que, por muito que se pense o inverso, não tem preço, não vem espelhado em diferentes metais, noticiado ou comentado, chama-se Respeito, esse velhinho amigo dos que a ele se prestam e o praticam, não como modalidade mas como modo de vida.
Desses atletas não reza a história, dos seus (poucos) apoios, dos seus longos anos de treino, do seu esforço quase supra-humano, do seu silêncio ao silêncio sobre o seu trabalho. Claro que se fala dos paralímpicos, dá-se lhes o tempo de antena comum que se dá a qualquer associação ou evento desportivo. Fala-se porque se realizaram e até ganham sempre umas medalhas. Depois, esquece-se de novo e volta o silêncio.
Isto, para mim, é que merece reflexão, debates e longos comentários. No rescaldo de umas Olímpiadas que ainda nem terminaram o sabor do esquecimento é já amargo, muito amargo.
Vanessa Limpo
in, "Expresso Sem Mais", edição de 23 de Agosto de 2008
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
As long as...
A GENTE VAI CONTINUAR
Tira a mão do queixo,
não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega aonde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Todos nós pagamos por tudo o que usamos
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Jorge Palma (1982)
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Candy clouds of lullaby...
(...)" in my fields of paper flowers and candy clouds of lullaby I lie inside myself for hours and watch my purple sky fly over me".
Evanescence.
sábado, 16 de agosto de 2008
The next chapter...
"Na minha próxima vida quero vivê-la de trás para a frente. Começar morto para despachar logo esse assunto. Depois acordar num lar de idosos e sentir-me melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a pensão e começar a trabalhar, receber logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar 40 anos até ser novo o suficiente para gozar a reforma. Divertir-me, embebedar-me e ser de uma forma geral promíscuo, e depois estar pronto para o liceu. Em seguida a primária, fica-se criança e brinca-se. Não temos responsabilidades e ficamos um bebé até nascermos. Por fim, passamos 9 meses a flutuar num spa de luxo com aquecimento central, serviço de quartos à descrição e um quarto maior de dia para dia e depois, Voilá! Acaba como um orgasmo!"
A minha próxima vida, Woody Allen
(texto enviado pela minha querida Xanica por mail)
A minha próxima vida, Woody Allen
(texto enviado pela minha querida Xanica por mail)
domingo, 3 de agosto de 2008
Uma situação de aperto...
Já aqui falei sobejamente do Verão e da praia, e até da síndrome do Verão antecipado, contudo após algumas idas à praia (em tempo de Verão de facto) vejo-me forçada a explanar mais umas linhas sobre o tema.
Ao fim de algum tempo numa praia perto de Lisboa e já anteriormente alertada por uma amiga sobre o que iria acontecer, constato que no nosso país por muita praia, extensões intermináveis de areal e oceano a perder de vista, não há praia suficientemente grande para nós.
Para os portugueses a praia deveria vir em tamanhos como a roupa, aliás, vou mais longe ainda, deveria haver um tamanho único (prática também comum nos tempos que correm, a qual tantos problemas me tem trazido, visto que sendo eu e os demais portugueses únicos, vemo-nos à justa, literalmente, para caber num tamanho standard)
Ora o tamanho único, padronizado seria o XL, as praias deveriam apenas vir em tamanhos grandes visto que por mais espaço que haja, por mais vasto que seja o espaço da praia, os veraneantes vêm sempre, sem excepção (cientificamente comprovada após variados dias seguidos na praia) aglomerar-se o mais próximo possível dos seus companheiros banhistas. E com eles vêm as bolas (que infalivelmente vêm também elas ter connosco até às nossas toalhas talvez por solidariedade com os seus donos), as raquetes, os telemóveis a tocar música a decibéis muito acima dos recomendados, as pratas das sandes ou a latas de refrigerantes.
Aliás, a alimentação não poderia, uma vez mais, ficar de fora neste ritual de estio: comer, levar o dito “farnel” é tão (ou mais) importante que trazer esse objecto de parca importância que se chama protector solar. Para quê evitar o melanoma quando se pode ir bebendo cervejas, comer pernas de frango ou os últimos rissóis do prato? (geralmente de plástico, mais leve para se enterrar na areia).
O elogio da congestão é, a meu ver, e paralelamente ao sentimento de solidão que nos atrai a estarmos colados aos outros banhistas, o verdadeiro desporto de verão, sendo que quando nele pensamos, olhamos para a expressão “situação de aperto” com outros olhos. Pelo sim pelo não, quando for à praia, faça como nas passadeiras, pare, escute e olhe…bem para onde se vai deitar.
Vanessa Limpo
In "Expresso Sem Mais", edição de 2 de Agosto de 2008
Ao fim de algum tempo numa praia perto de Lisboa e já anteriormente alertada por uma amiga sobre o que iria acontecer, constato que no nosso país por muita praia, extensões intermináveis de areal e oceano a perder de vista, não há praia suficientemente grande para nós.
Para os portugueses a praia deveria vir em tamanhos como a roupa, aliás, vou mais longe ainda, deveria haver um tamanho único (prática também comum nos tempos que correm, a qual tantos problemas me tem trazido, visto que sendo eu e os demais portugueses únicos, vemo-nos à justa, literalmente, para caber num tamanho standard)
Ora o tamanho único, padronizado seria o XL, as praias deveriam apenas vir em tamanhos grandes visto que por mais espaço que haja, por mais vasto que seja o espaço da praia, os veraneantes vêm sempre, sem excepção (cientificamente comprovada após variados dias seguidos na praia) aglomerar-se o mais próximo possível dos seus companheiros banhistas. E com eles vêm as bolas (que infalivelmente vêm também elas ter connosco até às nossas toalhas talvez por solidariedade com os seus donos), as raquetes, os telemóveis a tocar música a decibéis muito acima dos recomendados, as pratas das sandes ou a latas de refrigerantes.
Aliás, a alimentação não poderia, uma vez mais, ficar de fora neste ritual de estio: comer, levar o dito “farnel” é tão (ou mais) importante que trazer esse objecto de parca importância que se chama protector solar. Para quê evitar o melanoma quando se pode ir bebendo cervejas, comer pernas de frango ou os últimos rissóis do prato? (geralmente de plástico, mais leve para se enterrar na areia).
O elogio da congestão é, a meu ver, e paralelamente ao sentimento de solidão que nos atrai a estarmos colados aos outros banhistas, o verdadeiro desporto de verão, sendo que quando nele pensamos, olhamos para a expressão “situação de aperto” com outros olhos. Pelo sim pelo não, quando for à praia, faça como nas passadeiras, pare, escute e olhe…bem para onde se vai deitar.
Vanessa Limpo
In "Expresso Sem Mais", edição de 2 de Agosto de 2008
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