sábado, 31 de julho de 2010
Symmetry...
(Fotografia: Paulo Nozolino).
"Vamos morrer, mas somos sensatos,
e à noite, debaixo da cama,
deixamos, simétricos e exactos,
o medo e os sapatos."
Pedro Mexia.
Senhor Fantasma (2007)
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Tributo
E porque Admiração, Respeito e um carinho inexplicável com humor se paga, aqui fica o tributo devidamente surripiado ao blog do Bruno Nogueira.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
segunda-feira, 19 de julho de 2010
quinta-feira, 15 de julho de 2010
terça-feira, 13 de julho de 2010
Tough Rider...
Há vários hobbies de estimação sem os quais os portugueses não passam: são o cultivo do melanoma no Verão, como já aqui foi dito, a ausência da noção de prioridade numa fila para qualquer repartição pública (isto em qualquer altura do ano), e, nessa mesma linha de (dês)orientação, a invasão abrupta de faixas de trânsito.
Visto que se encontra cansado após mais um dia de trabalho (ou se for de manhã, terá sempre a desculpa da pressa para ir trabalhar), o cérebro do português encontra-se exaurido e a sua capacidade de escolha e decisão fica retardada. O raciocínio apenas deixa de ficar toldado quando se aproxima o exacto momento em que um desvio aparece. Aí sim, ignorando (por puro esquecimento e jamais por falta de civismo) toda a fila de carros que já se encaminhava para o mesmo destino que naquele momento se lembrou que era também o seu. O que os demais condutores, que se encontravam muito antes na fila para o desvio, desconhecem é que para esse seu colega acometido da síndrome a.a. ( amnésia do asfalto), é que, para ele, o traço contínuo significa isso mesmo: continuar o percurso noutra via e não abster-se de o fazer.
Outros condutores há que sofrem de outra maleita de circulação: precisam de se sentir próximos, como que unidos em perfeita simbiose com os outros. Assim, quando se encontram na estrada, aproximam-se o mais que podem dos carros à sua frente para, deste modo, sentirem aquele “quentinho” no estômago, aquela sensação de conforto inigualável que só uns cinco centímetros de distância da viatura lhes dá.
Portanto se conduzir não tente manter à distância a distância de segurança: ela não será respeitada, e se pensa entrar num desvio conte com altíssimos níveis de a.a. reze a Nossa Senhora do Alcatrão.
Vanessa Limpo.
in "Expresso Sem Mais", edição de 10 de Julho de 2010.
Visto que se encontra cansado após mais um dia de trabalho (ou se for de manhã, terá sempre a desculpa da pressa para ir trabalhar), o cérebro do português encontra-se exaurido e a sua capacidade de escolha e decisão fica retardada. O raciocínio apenas deixa de ficar toldado quando se aproxima o exacto momento em que um desvio aparece. Aí sim, ignorando (por puro esquecimento e jamais por falta de civismo) toda a fila de carros que já se encaminhava para o mesmo destino que naquele momento se lembrou que era também o seu. O que os demais condutores, que se encontravam muito antes na fila para o desvio, desconhecem é que para esse seu colega acometido da síndrome a.a. ( amnésia do asfalto), é que, para ele, o traço contínuo significa isso mesmo: continuar o percurso noutra via e não abster-se de o fazer.
Outros condutores há que sofrem de outra maleita de circulação: precisam de se sentir próximos, como que unidos em perfeita simbiose com os outros. Assim, quando se encontram na estrada, aproximam-se o mais que podem dos carros à sua frente para, deste modo, sentirem aquele “quentinho” no estômago, aquela sensação de conforto inigualável que só uns cinco centímetros de distância da viatura lhes dá.
Portanto se conduzir não tente manter à distância a distância de segurança: ela não será respeitada, e se pensa entrar num desvio conte com altíssimos níveis de a.a. reze a Nossa Senhora do Alcatrão.
Vanessa Limpo.
in "Expresso Sem Mais", edição de 10 de Julho de 2010.
domingo, 11 de julho de 2010
sábado, 10 de julho de 2010
quinta-feira, 8 de julho de 2010
"As horas"
O último compasso tem sido o das pautas. O ritmo rima com sons que não me agradam: verificação, validação, avaliação.
São tons sujos, monocórdicos. Baços. Confundem-se (me). Diluem-se
A sala inunda-se em papéis, restos de doces acompanhados das duas pratas destruídas e as canetas têm fome de datas.
Também eu olho para o relógio que bombeia minutos e segundos. Falta pouco já.
Apenas um pequeno oçeano de burocracia me afasta da Terra Prometida.
Os ponteiros marcam cada aproximar de Descanso. Imagino esta dança cronológica no seio do Tempo.
O vento sopra por entre as grades da janela e assisto à valsa das grelhas, planificações e resquícios de lembretes.
Temos sempre tanta pressa de lembrar que até esquecemos os nossos próprios relógios interiores.
Luto contra essa ditadura e lembro-me que é tempo de não me esquecer de mim.
Mais longe do tempo.
Mais perto de mim.
São tons sujos, monocórdicos. Baços. Confundem-se (me). Diluem-se
A sala inunda-se em papéis, restos de doces acompanhados das duas pratas destruídas e as canetas têm fome de datas.
Também eu olho para o relógio que bombeia minutos e segundos. Falta pouco já.
Apenas um pequeno oçeano de burocracia me afasta da Terra Prometida.
Os ponteiros marcam cada aproximar de Descanso. Imagino esta dança cronológica no seio do Tempo.
O vento sopra por entre as grades da janela e assisto à valsa das grelhas, planificações e resquícios de lembretes.
Temos sempre tanta pressa de lembrar que até esquecemos os nossos próprios relógios interiores.
Luto contra essa ditadura e lembro-me que é tempo de não me esquecer de mim.
Mais longe do tempo.
Mais perto de mim.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Lasca e Fogo.
Ouvido ontem. Os autores são dois jovens adolescentes, dois amigos que se encaminham tarde dentro até à praia:
A: "Não ouviste?".
B: "Não".
A: "Oh, 'tás a gozar".
B: "'Tou nada".
A: "'Tás sim, dei alta peido".
B: "Não deste nada. Dá lá outro para ver se oiço".
Não falha. Ali entre os 13 e os 17 é como dizer entre o Paleolítico e o Neolítico.
Lasca e Fogo.
A: "Não ouviste?".
B: "Não".
A: "Oh, 'tás a gozar".
B: "'Tou nada".
A: "'Tás sim, dei alta peido".
B: "Não deste nada. Dá lá outro para ver se oiço".
Não falha. Ali entre os 13 e os 17 é como dizer entre o Paleolítico e o Neolítico.
Lasca e Fogo.
domingo, 4 de julho de 2010
O canto do cisne...
E que belo canto que é!!! Para quem vai estar "Alive" nos próximos dias que os aproveitem bem!!
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