sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Prémio: Assim sim, já posso dormir descansada

E eu que já tinha perdido a esperança de ganhar o euromilhões (até porque, a bem dizer, não jogo) sei agora que ainda não estou milionária porque não fui consultar o Professor Tamimou...e ainda por cima trata de tudo com rapidez, Honestidade e Eficácia (sendo que pelo uso de maiúsculas se deduz que tratará mais com Honestidade e Eficácia e será mais parco na dose a administrar de rapidez, essa quiçá deixará para o seu colega, o Professor Karamba). Agora sim, posso dormir descansada...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Amizade, brinquedos e batatas fritas



I- Tema: "O que mais gostam?"

Marisa: "Eu gosto de bolos, golfinhos e brinquedos."

Gonçalo: "Eu gosto de brinquedos, da Amizade, da Alegria, bolos e batatas fritas". (Quem precisa de mais?)

E a propósito de...nada sai-se o Gonçalo com esta: "Eu agora apetecia-me era um saco de batatas...mas das fritas, professora". (I would never have guessed..).


II- E...catam"pumba"

Aula sobre o tema "Toys", desenham-se vários brinquedos...

Eu: "O que é isso?

Gonçalo: "Isto é aquela coisa em que os ladrões ficavam a apodrecer até aos ossos".

Eu: "Ah, as catacumbas....?"

Gonçalo: "Sim, isso catapumbas".


III- Pre-cogs...

Eu: "Não gostas de bola?"

Ricardo: "Não, não sou muito amigo de bola."

Eu: " E jogos? que jogos gostas?"

Ricardo: "Gosto do Cluedo mas nunca joguei".

sábado, 24 de janeiro de 2009

Pontos de vista

Será impressão minha ou estamos a atravessar uma fase em que, para além da “pandemia” da crise (retórica que nos penetra diariamente por todos os poros e chegando, temo, até à derme), vemos nascer outras que, tendo-se iniciado há cerca de uns dois anos, talvez perante este cenário crítico se venham a acentuar ultimamente.
Ora, o fenómeno de que falo apresenta uma sintomatologia que começa aquando de uma súbita disponibilidade de tempo. A partir daí, criam-se as condições certas para que este “vírus” se espalhe, originando até estirpes diferentes e, muitas vezes, mais fortes do que as suas antecessoras.
Falo-vos de bricolage, se é que este termo será o mais apropriado. Refiro-me àquelas novas criações em feltro, gesso, ou à “mãe” de todas as técnicas: a do guardanapo que, segundo compreendo, permite assim decalcar um desenho para qualquer superfície.
Até aqui tudo bem… todos têm o direito de fazer o que bem entendem com o seu tempo (mais) livre. O que não entendo é por que é eu tenho a caixa de e-mail invadida por amigos de amigos de amigos (um pouco como as sete saias da Nazaré, em camadas) que me sugerem novos “brindes”, como caixas, porta-chaves, peças para enfeite de maçanetas (elas bem que se sentiam sozinhas antes de terem a “Kitty” como vizinha, contudo sonham ainda com o dia em que o “Ruca” lhes bata-literalmente-à porta), molduras, ganchos, bonecos para os ganchos e botões para os bonecos dos ganchos… confuso? Eu também.
Enalteço a Criatividade. Compreendo que em tempos mais difíceis as pessoas descubram em si talentos inusitados, não porque se reinventaram de repente mas porque a necessidade ao engenho conduz, parafraseando outro senhor. Pasmo, no entanto, com esta tendência da “criação-a-metro,” onde, não raro, sinto não uma vontade de mostrar o que se criou, com vagar e gosto, mas uma sofreguidão em realizar porque é moda, porque se faz e já agora porque não fazer… e igual, de preferência. Mais e muito do mesmo, mimese artística que se confunde com a dos dias.

Todavia, creio que o caleidoscópio da imaginação merece novas formas. Novos pontos de vista(s).

Vanessa Limpo

in, "Expresso SemMais", edição de 24 de Janeiro de 2009

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Make my day

Coisas que (pre)enchem os meus dias:

- céu azul pela manhã (à tarde é igualmente bem-vindo)

- ter o metro a chegar quando o vou apanhar.

- ter um lugar vago no mesmo (sovaco ou olfacto de peúga free).

- festas no cabelo.

- não haver fila no MB (e a pessoa antes de mim não ter as contas todas do mês para pagar).

- o telemóvel tocar mesmo quando estava a mexer nele.

- achar as chaves de casa assim que abro a mala.

- chinelos quentes nos pés quando a casa me recebe.

- chocolate quente antes de dormir.

- lençóis acabados de passar.

- uma voz a trautear "Big Mouth" dos Smiths quando acordo.


segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

domingo, 18 de janeiro de 2009

Prémio discrição...

Conversa entre duas personagens surreais no sentido Oriente-Alameda:

Personagem 1: "Epa, tens aí a ganza?"

Personagem 2: "Olha,vê lá se não queres falar mais alto, ninguém te está a ouvir."

Personagem 1: "Epa,já te disse que a perdi, tinha-a mas perdi-a."

Minutos depois...

Personagem 1 (volta à carga): "Epa, e eu aqui aflitinho para urinar e ainda aqui tou."
De notar aqui o emprego do termo correcto para designar a actividade mictória, o que apela, não só ao refinamento da língua como o seu uso se "esbate" no meio da conversa...aqui só 10 pessoas olharam para eles.

E após estarem alguns minutos no metro, e a olhar, colados à porta, à espera para sairem (mesmo quando já estavam na paragem de destino) lá saíram do transporte. Entre fortes ímpetos ao nível da bexiga e frustração pela "ganza" perdida e sem vislumbre de recuperação, pelo menos saíram com espírito de dever cumprido: ser discretos.
Conseguiram: apenas uma carruagem do metro os observou atentamente. Imagine-se lá o que seria se fosse na paragem da estação.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

The best thing...

Tiradas únicas das "minhas" crianças:

Part I - Numerais ordinais.

Eu: "(...) e a Matilde não vem mais às aulas, é?

Gonçalo: "Não, ela vem, vem é só às 5as, 6as e 7as."



Part II - "Pandemia".

Hugo: "Ó professora, tás com bebé?"

Eu: "Não, porquê? é da blusa, é?"

Hugo: "Não, é porque a minha outra professora está".

P.s. A Carolina tem seis anos. Primeiro ano do ensino básico. Tudo muito certinho, como convém. Carolina tem a altura certa, rosto bonito, o peso regular. Carolina não fala. Carolina não apresenta qualquer problema ao nível do aparelho fonador.
A Carolina compreende tudo o que se lhe diz, não tem um défice "cognitivo" como tanto se apraz dizer nos tempos que correm. Nada a impede de falar. A não ser ela própria.
Carolina fala apenas com a mãe, o pai, e os avôs.
O silêncio é de ouro, dizem...
Ontem a avó da Carolina veio ter comigo: "Tem um minuto?"
Todos, até porque há uma voz que fala pela Carolina.
Diz-me que se desconhece a causa deste silêncio auto-infligido, procurado.
Fico a saber (porque em casa fala com todas as letras) que gosta da escola, de todas as disciplinas, que adora inglês e que a professora de inglês a compreende.
Peito inchado, preocupação pelo meio, sorriso posto.
Cá fico à espera da voz, que rompa os compassos do silêncio.
Aguardo pacientemente, até porque as palavras não têm tempo.


sábado, 10 de janeiro de 2009

Silhuetas

Hoje estava a (tentar) sair do metro, ali para os lados da Alameda, quando no ritualístico afã de desmobilização do transporte, uma passageira apercebendo-se que o seu conjûge não me viu e que a sua mala iria colidir comigo, alerta-o para tal facto enunciando a seguinte frase:”olha, tem cuidado com a pessoa”.
Não foi um “cuidado com a senhora” (que até agradeço visto que apesar da carga respeitosa que pesa sobre o termo, nunca me faz sentir confortável, remetendo-me para alguém cuja a idade se sobrepõe em algumas décadas à minha) ou até um tout court “cuidado com a mulher” (que, neste caso, traduz uma forma “despachada, rápida e global de identificação) ou até o doce e pueril “cuidado com a menina”que aquando da minha tenra adolescência era encarado como forma de infantilização, agora é sempre bem-vindo.
Tornei-me (tornamo-nos) tão simplesmente “pessoas”. Porquê a admiração? Não se trata de um registo de língua descuidado ou infame, não é ofensivo e, no entanto, fez-me sentir (ainda mais) pequena. “Pessoa”, usado naquele contexto, enunciado daquela forma distanciou-me, eclipou-se enquanto presença física naquele espaço.
Desapareci, desaparecemos (?) à frente dos Outros em tempo real, in loco (update dos comportamentos do “ciber-espaço “em que apagamos, bloqueamos, eliminamos “contactos” quando a sua presença nos fere ou não nos apraz) e, muitas das vezes, creio até que para os outros nem lá estamos.
Entregues ao vórtice do tempo, da rotina, presos aos tentáculos que criamos, vamos eliminando até expressões, palavras que nos aproximam dos Outros, nos despertem do torpor da lista do supermercado, da roupa a secar na corda ou do lanche das crianças. Palavras que nos humanizam. Marcha rápida desenhada nas linhas do quotidiano, esboço que vamos fazendo até que sejamos apenas silhueta (?).


Vanessa Limpo

in "Expresso SemMais", edição de 10 de Janeiro de 2009

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Não, não sou a única, não sou a única a olhar o céu

E é, concerteza verdade. Hoje estamos todos de cabeça não na mas para a Lua, visto que as leis de Anthímio de Azevedo, ou Gandalf da metereologia, prevêem a queda de neve para esta noite.
E pois que estamos todos de mãos dadas à espera de floquinho do bom, aquele neve-farinha (mas Maizena que Cérelac é enjoativa) que nos faz estar mais colados à janela que um miúdo em véspera de Natal.
Se nevar hoje, as Boas Festas, para mim seriam agora. Caso até para me fazer acreditar que o Pai Natal existe.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O poder da aderência

Cada dia confirmo mais a ideia que ligar o televisor é uma aventura (já dizia a Micaela há cerca de 10 anos, mais coisa menos coisa, troca o passo, que o melhor era desligar-se o televisor, que mais bonito era fazer-se o amor, ninguém lhe ligou e agora isto está pela hora da morte, é o que é).
Esta aventura passa pela nossa capacidade de resistência aos sucessivos exercícios de atentado à língua portuguesa. Isto não são já pontapés na gramática, não. Resvalou já há muito para kickboxing e do bom, ou tiros à queima-roupa ao nosso querido português.
E mais uma vez a Sic leva uma menção honrosa neste departamento pois consegue como mais ninguém (mas também dado que não vejo a TVI por motivos que vão dp puro bom-gosto até à má recepção do canal, não posso falar por todos os canais) seleccionar os maiores homicidas da língua de Camões (que se ouvisse o que eu hoje ouvi não estaria a dar voltas mas a fazer skydiving no túmulo).
Ora hoje estava-se em plena reportagem numa farmácia da capital a questionar a farmacêutica de serviço sobre a natureza dos medicamentos com maior saída (uma espécie de discos pedidos na rádio mas aqui em versão Ilvico) ao que a sra dra farmacêutica licenciada responde algo deste género: "Bom, os medicamentos com maior aderência são os que estão ligados à gripe e constipações".
Das duas uma: ou a dita sra qual Peter Parker foi mordida ainda menina e moça por uma aranha radioactiva ou fez o curso na Independente ou então não sabe falar e mais valia era estar em casa, "sossogadita", ou a pôr a roupa a secar que hoje até está para o fresco e seca-se que é uma maravilha.
E já agora, só por prevenção, antes de ir à janela ver dos boxers e das termotebes (o meu pai tem uma) tome um"Antigrippine", é que segundo consta tem uma óptima aderência.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

"Nós por cá"

Jornal da Sic hoje, o ministro Teixeira dos Santos fala sobre a actual recessão económica: "Cada vez mais somos confrotados com um clima de recessão mundial e europeia".

Que giro, não fazia a menor ideia que o Mundo e a Europa são duas entidades totalmente desligadas uma da outra. Como diria o "Tio Herlander" nos seus bons tempos: "ha ha ha...não sabia".

The gods must be crazy

No mesmo dia oiço duas coisas no mínimo inquietantes que me fazem pensar: Mas afinal andam todos doidos? ensandecidos? varridos de tanta loucura...está tudo malade de la tête, só pode...
Não só fico a saber que há "Hi5s" de animais de estimação, com direito a comments, fotos, fives, etc (os felinos pelos vistos estão na top list) como ainda ouvi nas notícias dar-se destaque à morte do gato do ainda Presidente Bush...como diria o outro, que habitava algures num castelo da Dinamarca, "something's very rotten"...
Citando esse grande "filósfo" dos tempos modernos..."e o burro sou eu?".

P.s. Happy 2009 e tal e coiso.