quarta-feira, 20 de maio de 2009

Evil is in the eye of the beholder...

À saída de uma aula, as crianças, a meu pedido, fazem uma fila e depois seguem até a outro pavilhão de mãos dadas, duas a duas. Nem sempre a relação género e número é quilibrada e, pedi a dois meninos para darem as mãos.
Deram-nas, sem hesitar. Oiço comentários jocosos de alguns outros.
Delicio-me com a resposta, rápida, natural e franca, de um dos que está com a sua mãozinha dada na do outro:

- "Qual é o mal? Dois meninos darem a mão?"
- "Pois, não há nenhum mesmo, H." Digo eu.
- "Pois não, professora e mesmo que dois meninos dêem a mão, não faz mal, quando crescerem e derem as mãos são gays, são namorados, qual é o mal?".


Ora tomem, que já almoçaram. Eles, os outros e outras. A maldade, tal como a beleza, está sempre nos olhos de quem a vê. O castigo de se querer ver pouco mesmo de perto, chama-se mesquinhez ou atrofia, não confundir com miopia. Essa embora mázinha, não é uma maldade voluntária.
O parágrafo anterior não é para ou sobre as outras crianças. Forgive them for they do not know what they say. É para os outros e outras míopes que os criam nessa atrofia mental. Shame on them.

4 comentários:

Angelo disse...

Absolutamente maravilhoso!!!

paulo disse...

delicioso! quero dessa pureza!

Nokas disse...

Bem...fenomenal...

Fernanda disse...

Gostei muito da tua história!
Crianças inteligentes, porque o meu sobrinho a única coisa que sabe é que «toda a gente dá puns»...