domingo, 3 de agosto de 2008

Uma situação de aperto...

Já aqui falei sobejamente do Verão e da praia, e até da síndrome do Verão antecipado, contudo após algumas idas à praia (em tempo de Verão de facto) vejo-me forçada a explanar mais umas linhas sobre o tema.
Ao fim de algum tempo numa praia perto de Lisboa e já anteriormente alertada por uma amiga sobre o que iria acontecer, constato que no nosso país por muita praia, extensões intermináveis de areal e oceano a perder de vista, não há praia suficientemente grande para nós.
Para os portugueses a praia deveria vir em tamanhos como a roupa, aliás, vou mais longe ainda, deveria haver um tamanho único (prática também comum nos tempos que correm, a qual tantos problemas me tem trazido, visto que sendo eu e os demais portugueses únicos, vemo-nos à justa, literalmente, para caber num tamanho standard)
Ora o tamanho único, padronizado seria o XL, as praias deveriam apenas vir em tamanhos grandes visto que por mais espaço que haja, por mais vasto que seja o espaço da praia, os veraneantes vêm sempre, sem excepção (cientificamente comprovada após variados dias seguidos na praia) aglomerar-se o mais próximo possível dos seus companheiros banhistas. E com eles vêm as bolas (que infalivelmente vêm também elas ter connosco até às nossas toalhas talvez por solidariedade com os seus donos), as raquetes, os telemóveis a tocar música a decibéis muito acima dos recomendados, as pratas das sandes ou a latas de refrigerantes.
Aliás, a alimentação não poderia, uma vez mais, ficar de fora neste ritual de estio: comer, levar o dito “farnel” é tão (ou mais) importante que trazer esse objecto de parca importância que se chama protector solar. Para quê evitar o melanoma quando se pode ir bebendo cervejas, comer pernas de frango ou os últimos rissóis do prato? (geralmente de plástico, mais leve para se enterrar na areia).
O elogio da congestão é, a meu ver, e paralelamente ao sentimento de solidão que nos atrai a estarmos colados aos outros banhistas, o verdadeiro desporto de verão, sendo que quando nele pensamos, olhamos para a expressão “situação de aperto” com outros olhos. Pelo sim pelo não, quando for à praia, faça como nas passadeiras, pare, escute e olhe…bem para onde se vai deitar.


Vanessa Limpo

In "Expresso Sem Mais", edição de 2 de Agosto de 2008

2 comentários:

Angelo disse...

Aqui também está tudo em cima do próximo! A diferença é que não há mesmo espaço para toda a gente! O que vale é que pouquíssima gente vai à praia aqui. E depois há aquelas (que é as gajas) que vão todas vestidas!

Anónimo disse...

E o Colaço???? einh????? Ahhhhh pois é!!!!! E o Ortigal???? einh???? Praia, mas fluvial, destas aqui dos "300". tão BOASSSSSS!!!!!!! Stress que é stress não chega aqui (principalmente no Ortigal) é a calma na sua plenitude. Nem rede de telelés, não chega lá!!!! hahahah Beijoca grande amiga! Gostei do texto (como sempre) :)