sexta-feira, 30 de abril de 2010

My private 25th of April

Hoje brindo à (minha) liberdade!

Tchin tchin para mim!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Atrás da chuva...

(...) Lá fora o rio reflectia a cor da chuva fria

que dançava nos campos.

Criava, ela própria, uma tela,

uma estória - curta metragem de cheiros e sons.

Acamaleada em si,

uma centopeia dormitava

ocupando apenas um pouco de solo.

E, cá dentro,

atrás da chuva, os sonhos despertam apenas

com o compasso das sirenes.

domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abril

"Esta é a madrugada que eu esperava

O dia inicial inteiro e limpo

Onde emergimos da noite e do silêncio

E livres habitamos a substância do tempo."



Sophia de Mello Breyner Andresen

sábado, 24 de abril de 2010

Benfica e Bairro Alto

Uma ida ao Bairro Alto. O que vem antes?
Todos sabem e não temem dizê-lo: uma “jantarada” - sendo que o uso do aumentativo abarca em si a noção de abundância calórica e total descontrole alimentar –num dos restaurantes do dito spot de lazer e entretenimento.
Ora um jantar parece ser algo de fácil gestão. É preciso apenas confirmar o número de convivas, marcar dia, hora e local. Após a reserva do restaurante, tudo fica resolvido.
Certíssimo. Apenas nos estamos a esquecer que essa marcação aconteceu em Portugal, mais precisamente numa noite de jogo. E mais precisamente ainda numa noite em que o país não só pára como entra em arritmia colectiva, ou seja, era noite de jogo do “Benfica”. E, como é do conhecimento geral, quando se trata de um jogo do Benfica, o mundo, tal como o conhecemos, pára. Congela. Muitos cérebros entram numa espécie de torpor ou “freeze frame”. E o processo de “descongelamento” demora entre 7 a 24 horas (isto se o resultado for negativo para a equipa encarnada, dependendo ainda do número de golos que se sofre e contra que equipa se perde, se o resultado for positivo, o estado letárgico só passa no campeonato seguinte).
Quando o Benfica joga, até aos restaurantes é permitido esquecerem-se que já tinham feito uma marcação para outro grupo. Ao Benfica tudo é permitido. Até que um grupo que nem tinha reservado mesa, assista ao jogo em detrimento do outro que já tinha previamente marcado a sua degustação.
Mas ainda conseguimos ir mais longe: ainda somos capazes de quando confrontados com esta situação de clara negligência, de pedir ao grupo que chega à hora combinada para jantar no local que tinha reservado, que espere mais um pouco. A falta de vergonha na cara é como as viagens em classe executiva: não é para quem quer, é para quem pode.
Todavia, na “noite “do “Bairro “não encontramos apenas destes episódios caricatos. A regar a noite ainda temos no menu , níveis de oxigénio rarefeitos pela concentração de pessoas por metro quadrado, encontrões à la carte, acompanhados de subtis mas altamente eficazes pisadelas.
Para culminar, ainda podemos ser bafejados com alguns decilitros de cerveja que poderão vir a decorar os nossos casacos e desenvolver dores nos pés que podem durar até 3 dias, visto ser da praxe estar 2 a 3 horas em pé à porta dos bares que se encontram lotados.
Tudo isto de forma rápida (em duas ou três horas consegue-se já ter pelo menos duas nódoas nas mangas e uma pisadela em dois dedos dos pés), fácil e a preços competitivos. Um”lux” que de “frágil” nada tem.

Vanessa Limpo

in "Expresso Sem Mais", ediçao de dia 24 de Abril de 2010

domingo, 18 de abril de 2010

sábado, 17 de abril de 2010

Palco(s) roubado(s)

(...) Mas naquela tarde não tive pressa. Não tinha pressa do giz no quadro.

Tinha pressa de gente. De palavras.

A palavra urgia. A escrita premente, permanente.

Não devemos atrasar as palavras, sabias?

Elas estão à nossa espera há tanto tempo...

Pacientes, desfiando,

tecendo os seus fios.

Penélopes demoradas, suspensas,

cansadas na sua corrente.

Hoje cheguei cedo, contudo era já tarde.

Tarde para tudo o que queria dizer.

A sala estava fria:

Um caracol sugava a parede,

porto de abrigo de costas doridas.

Entrei,

voltei a sair.

Aquele palco já não era meu.

"Fora de cena quem não é de cena!".

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Onde poisamos as mãos...

"Um poema antigo

Repetir os nomes das árvores:
olaia, bétula, negrilho, alfarrobeira;
a cerejeira do fundo dos muros e os admiráveis
brincos da infância; o carvalho negral
e as folhas ténues trazendo às colinas
os primeiros meses de Abril.
Dizer em voz alta os nomes
dos lugares onde parece
que o mundo se suspendeu
para que pudéssemos regressar
à àgua e ao lume, à terra
e ao éter e à varanda incandescente
das tardes de Verão (...)
Roubar à caligrafia
os nomes da manhã acabada de nascer:
nuvem onde poisamos as mãos."

José Carlos Barros

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Oh that's why...

No ginásio...

Senhora: "Não faça isso, não contenha o espirro, dizem que pode fazer muito mal ao cérebro".

Eu (para comigo): "Isso explica muita coisa".

quinta-feira, 8 de abril de 2010

terça-feira, 6 de abril de 2010

domingo, 4 de abril de 2010

Vai quase dar ao mesmo...



Fanado, com doçura e respeito, ao blog Crónica das horas perdidas.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

quinta-feira, 1 de abril de 2010

April fool's truth...

Ouvido no Bairro Alto


A- "E ele perguntou-me se eu queria um gel para lubrificar".

B- "E tu, que disseste?".

A- "Disse que não precisava, que lubrifico muito bem".


P.S. De notar que já passava da 1h da madrugada, que a senhora em questão envergava uma cerveja na mão (que não me parecia ter sido a primeira, segunda ou terceira da noite) e que atendendo à multidão que se encontrava à volta, os níveis de oxigénio eram rarefeitos (ao contrário dos níveis de cevada "loira" que tinha no organismo), o que pode explicar o teor do comentário.
Ou então, não.