quarta-feira, 5 de agosto de 2009

4 de Agosto ou sobre a F.

Ainda me falta escrever o post sobre as maravilhosas férias em Genève que a minha Xanocha me proporcionou e que a minha Mary enfeitou com a sua alegria e riso contagiantes (e quem a conhece sabe que não estou a exagerar).
Mas antes tenho de falar da minha F.
A F não faz anos a 4 de Agosto. Eu fiz (fizemos, que o protagonismo da exclusividade perde-se quando se trata de gémeos e ainda assim não trocava o rosto da minha irmã do outro lado da vela do bolo por nada, nada mesmo).
Por que falar da F quando o título é a minha data de nascimento? Porque a F (tal como a P) fazem parte de um (re)nascimento meu. Mas sobre a P outro post virá, a seu tempo. Não me esqueço quem me faz bem (nem de quem me fez mal, agradeço a ambos os lados da barricada) e a gratidão serve-se quente, regada a tragos de amizade.
A F. A F é de todas as pessoas que conheço, a pessoa mais cheia.
A F é "F" de nome mas tem muitas outras letras que a inundam. E como ela gosta de palavras. A F tem em si o "P" de plena. O "I" de inteligente, de insegura. A F condensa. O seu "A" aglutina. O seu "E" expande. Ela expande algreia, sonho e riso.
Porque é "M...de maior.
Ela neste momento se me estivesse a ler já estava a dizer que não é nada disto, muito pelo contrário e tal. Mas afinal, a menina é das Letras e os "O" de oxímoros são seu terreno fértil.
"F" de fértil porque a "F" fecunda-nos de boa disposição. O seu enorme "C" de coração semeia a cada vez que estamos com ela, gomos de alento e uma vontade de estar mais com ela.
A F faz rir. Tem dos sentidos de humor mais acutilantes que conheço. Ri-se com o corpo. Ri-se de dentro para fora. Lá onde mora a Dor, ela sublima tudo e rompe os muros do "A" angústia e brinda-nos com uma das suas gargalhadas ou até algum do seu maravilhoso "V" de vernáculo. Que na sua boca sabe a mel.
Disse "M" de mel. E já lhe disse antes num blog perto de nós que a melhor definição qu tenho para ela é "Mel". Não por ser melífula mas porque os seus poros não são feitos de pele. Não como a nossa. Nós somos meros mortais.
A minha amiga "F" está noutra esfera (cala-te F, deixa-me escrever até ao fim e não me contradigas). O seu mundo tem muitos "B"s de bibliotecas e "L" de livros. Mas tem também muitos "C"s de consicência de si das mais fortes que já conheci.
Tem ainda "T" de ternura. Mais "M" de meiga, não pelas fosquices pois não é tanto disso, mas pelo tom doce com que fala, o respeito com que ouve, e a ponderação com que comenta. A F tem medo de ferir os outros. Isso é traje que usa quem reconhece que a Dor é algo muito sério e não deve ser ouvida de ânimo leve.
A F é séria. Recta. Honesta. Mas não se leva a sério. E como eu gosto disso. Sabe que isto aqui em baixo neste planeta é fátuo demais para ser levado demasiado a sério. E sabe que rir é, por vezes, não o melhor mas o único remédio que temos quando a terra nos quer sorver e o único alimento que temos é o nosso mundo interior.
A F é a interiodade em pessoa (e em Pessoa também podia ser pois ela gosta do senhor, by the way). Viaja em si diariamente por ser tão auto-crítica ,e porisso sabe ler os outros tão bem. Porque gosta de pessoas.
Navega-se em si, mergulha, rasga, magoa-se, vai ao fundo da sua caverna, mas consegue sempre combater os seus dragóes. Mesmo quando pensa que perdeu a batalha, as suas gerras saem vitoriosas. Quando acredita luta, não desiste, vai em frente. Mesmo que os trilhos não estejam definidos. Creio que até gosta disso, dessa indefinição, pois sabe que o caminho faz-se caminhando e o gozo não é a chegada apenas mas os sabores que o percurso oferece.
Mas não tenhamos ilusões. É ambiciosa. Quer ser reconhecida. E não merece menos que isso. Que "T" de tudo.
Ela não pensa assim tão bem de si. Mas para isso estamos cá nós, os "A"s de amigos que "A" de admiramos e "O" de nos orgulhamos de a ter nas nossas "V" de vidas.
A F diz-se nefelibata a todas as horas do dia. Creio que é também uma boa palavra para a definir.
Porque para as pessoas como a F o patamar certo é o do branco das nuvens, bordado no tecido do "S" do Sonho. Lá onde os anjos e seres alados como ela, se encontram, convivem e discutem os sabores dos dias e as cores dos nossos corações. Paleta sua.
Lá onde o sonho mora. Na carne de outro tempo que não é o nosso.
É lá que te encontro amiga. E aguardo sempre cada reencontro com o sorriso-miúdo-a-atirar-para-a-gargalhada que me atribuíste do alto da tua nuvem.

1 comentário:

Fernanda disse...

Deixaste-me sem palavras...
Um beijinho e obrigada!! Já aí vou ter contigo, sua malandra!

Beijinhos da
F.