(Quadro, Malhoa, O Fado)
Portugal…terra de Mouros, Judeus, Visigodos. Um tapete telúrico bordado com rendas estrangeiras. Com grande orgulho o “Tuga” fala da sua “portugalidade”, de ser “único” (como cada povo ou nação o é). Mas os Portugueses são mais únicos que os outros. E isto porquê? Ora… qualquer “Tuga” que se preze desde logo responde e já espantado com a própria pergunta: “somos únicos porque somos Portugueses”.
De facto, a “chancela” da identidade passa mais pelo “portuguesismo” do que pela “Portugalidade”. Ser Português é ser produto (da mais fina flor, sem dúvida) de uma agradável miscelânea étnica, cultural e regional. A nossa riqueza histórica passa, exactamente, pela tenacidade com que enfrentámos estrangeiros… que seria de Viriato sem os Romanos, que seria de Brites de Almeida (a nossa padeirinha de estimação) sem os Castelhanos para a fazerem perder as estribeiras? Sem estes obstáculos, nem constariam no mais pequeno compêndio histórico.
Perdemos (demasiado) tempo a falar dos Outros, dos estrangeiros, como se não fossemos também nós de estrangeiros feitos. O rectângulo à beira-mar plantado desenhou os seus contornos também graças aos que nos quiseram invadir e conquistar. Porque não ver o quadro de outro prisma? Que nação não gostaria de ganhar para si esta beleza mediterrânica? Qual é o inglês que não nos inveja o clima? Ou o americano que não nos gaba a gastronomia? Anda hoje somos objecto de cobiça, e a mim tão bem me sabe o exercício deste pecado. Portugal, muitos dizem, agora é uma grande “salganhada”… e eu agradeço todos os dias por isso… vivemos numa verdadeira “salada russa”: russos, moldavos, ucranianos, bielorussos que chegaram até nós, brasileiros que fizeram o regresso às raízes, e que tornam a árvore da nossa identidade mais frondosa. Chineses, indianos vieram também juntar-se… sabem o que digo à boa portuguesa? Isto não é uma salada… com estes condimentos preciosos isto gera uma grande “caldeirada”… e há algo mais Português que uma bela caldeirada?
De facto, a “chancela” da identidade passa mais pelo “portuguesismo” do que pela “Portugalidade”. Ser Português é ser produto (da mais fina flor, sem dúvida) de uma agradável miscelânea étnica, cultural e regional. A nossa riqueza histórica passa, exactamente, pela tenacidade com que enfrentámos estrangeiros… que seria de Viriato sem os Romanos, que seria de Brites de Almeida (a nossa padeirinha de estimação) sem os Castelhanos para a fazerem perder as estribeiras? Sem estes obstáculos, nem constariam no mais pequeno compêndio histórico.
Perdemos (demasiado) tempo a falar dos Outros, dos estrangeiros, como se não fossemos também nós de estrangeiros feitos. O rectângulo à beira-mar plantado desenhou os seus contornos também graças aos que nos quiseram invadir e conquistar. Porque não ver o quadro de outro prisma? Que nação não gostaria de ganhar para si esta beleza mediterrânica? Qual é o inglês que não nos inveja o clima? Ou o americano que não nos gaba a gastronomia? Anda hoje somos objecto de cobiça, e a mim tão bem me sabe o exercício deste pecado. Portugal, muitos dizem, agora é uma grande “salganhada”… e eu agradeço todos os dias por isso… vivemos numa verdadeira “salada russa”: russos, moldavos, ucranianos, bielorussos que chegaram até nós, brasileiros que fizeram o regresso às raízes, e que tornam a árvore da nossa identidade mais frondosa. Chineses, indianos vieram também juntar-se… sabem o que digo à boa portuguesa? Isto não é uma salada… com estes condimentos preciosos isto gera uma grande “caldeirada”… e há algo mais Português que uma bela caldeirada?
Vanessa Limpo
in "Correio de Setúbal", edição de 11 de Setembro de 2007.
2 comentários:
mas k grande salganhada.....isso é k é.....eeheheheh! Nós somos um poukinho de td isto. ou melhor tds são um poukinho de nós. em tempos passados pelas paginas da historia, k a tods nos diz respeito, tivemos nos 4 cantos do mundo e la deixamos um poukinho de nós! Por isso não é de admirar tanta mistura etnica no rectangulozinho que é este nosso Portugal! beijocas
Vanessa Limpo no topo
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