quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ao A.

Hoje quero falar do A. Falo (quase) sempre de meninas.
Hoje o tempo das letras é teu A.
O A. é daquelas pessoas que quando entra numa sala não dá nas vistas ou faz por ser o centro das atenções. Ele É, naquele e em todos os momentos em que se cruza com os Outros, o centro, a raiz de qualquer sala.
Sobretudo das salas que moram nos nossos corações.
O A, tem a capacidade de conciliar, agregar em e para si pessoas das mais diferentes origens, credos, etnias, orientações, gostos ou opiniões.
Quando o A. (nos) chama, nós vamos. E vamos conjungando o verbo "ir" em todos os tempos...fomos no passado pô-lo ao aeroporto quando foi para a terra das geishas, fomos quando voltou por uns tempos, fomos quando partiu de novo.
Voltámos a ir quando voltou agora. E a ti vamos, regressamos todas as vezes que nos "mandares". Não mandas, que não és arrogante. Nem pedes, no fundo, pois para nós é natural sabermos que nos queres contigo. Estando tu em que parte do globo estiveres.
Mas a parte onde mais estás é bem perto...é em nós.
Cá dentro.
O A. é daquelas pessoas que me (nos) faz esquecer qualquer partícula de tristeza que tenhamos. E quando esse mal custa a esquecer, ele vem e ouve. E nós falamos e nesse momento ele transmuta-se e torna-se Conforto.
Não posso dizer isto de muitas pessoas. Apesar de parecer que gosto de muitas pessoas. Tenho é o privilégio do talento para a escolha das amizades como já aqui escrevi. Mas de qualquer forma, o A. não é qualquer um...
E apesar de ser Um, ele é tanta gente em simultâneo. Congrega tanta luz em si que sabe ser filho, neto, amigo, vizinho, professor, colega. E professor que é, passa sempre com louvor e distinção.
E o que mais me encanta é que não o faz conscientemente.
E essa é, a meu ver, a essência da Bondade: altruísmo puro. Dar-se, ouvir e estar pelo prazer genuíno que tem em estar-se com os Outros.
É forte. Nunca lhe disse como o admiro. Faço-o agora pois o Afecto não tem hora marcada. Admiro a sua coragem de partir, de largar convenções e confortos adquiridos. Admiro a sua busca incessante em Conhecer, Ver, Viajar. Mudar.
Não hesita. Mesmo que assustado (que não o dirá) parte pois a voz que ouve é a que está dentro da sua Convicção, e a ela tem de obedecer.
O A. é impulsivo, ri e traz gargalhadas em todas as cores do arco-íris para nós.
Não é trocista. Tem muito cuidado com os sentimentos dos outros porque sabe que não há mais digno de respeito que a individualidade de cada um.
Sensível, doce, franco, frontal (não hesita em dar um grito ou uma "wake up call") quando assim tem de ser. Se não concorda terá de o dizer. E se o diz é porque se preocupa e não o inverso. E a nós cabe-nos aceitar porque somos seus amigos.
O A. não tem bom coração, é um bom coração com uma pessoa (linda) à volta.
E, por isso, hoje aqui, sentada entre o computador e uma noite de Outono breve, deste lado castiço da cidade, oiço, como que ao compasso de uma canção da tua Tininha, o pulsar suave do teu coração.
Que tem a sorte de vir abraçado a ti.

2 comentários:

Angelo disse...

Ai, mulher, que até se me emocionei!

Não vou dizer que ler estas palavras tão bem postas não sabe bem, porque estaria a mentir e tu sabes que eu não minto.
Amei cada sílaba e nem sei que dizer. O que é bem raro, como bem sabes!

Se sou como sou é porque tenho gente maravilhosa à minha volta! E sem essa gente não seria nada. Nadinha.

E ligar-te-ei, abraçar-te-ei e riremos juntos tantas vezes quantas forem precisas!!!

Ai.

paulo disse...

ai ele a babar-se todo!