Ora e hoje o tema é HIPOCRISIA. E as "CAPS" são propositadas, não um "lapsus escritum" (passe o neologismo).
Os homossexuais (masculinos) estão proibidos de dar sangue neste nosso país. Pequenino e cada vez estreitinho. Tão apertadinho em mentalidade que qualquer dia não há preservativo que nos valha (caiba).
É das coisas mais estúpidas que já li, ouvi e tenho de "comer". E a história já não é nova, que estas coisas da tacanhez são já ex-libris da mente portuga.
Ainda eu era menina e moça (adolescente vá) e já se ouvia que os gays (na altura não se usava esta expressão, optava-se pelo grosseirismo mesmo puro e duro) eram a causa de todas as maleitas da humanidade. Agora desconfio até que já faltou mais para se culpar a comunidade gay pela gripe A. Riam-se, riam-se mas olhem que depois não digam que nos avisei.
Segundo li algures em várias publicaçoões e vi alguns programas de televisão (sem a chancela do mau gosto brejeiro) o grupo de risco que tem vindo a grassar mais vítimas do vírus HIV são os heterosseuxais na faixa dos 50 e por aí acima. Isto porque é uma geração cujos problemas de faltinha de vista impede de lerem o que se passa à volta e de pensarem, no tipo de raciocínio eminentemente "Tuguês", que "isso só acontece aos panisgas e às meninas da vida".
Ora o que me surpreende do alto da minha inocência dos 30, é que essas ditas "meninas" não trabalham individualmente. O seu trabalho é sempre a pares ou, por vezes, em grupos...e nesses grupos muitos desses senhores estão lá, pilocas ao léu que isso dos preservativos´é, lá está, para "pane...".
E como tal, eles "pimba" (todos os direitos reservados ao senhor Emanuel) e depois como prenda de mais um aniversário de casamento, dão-lhe não um anel, ou até um beijo, um jantar surpresa ou um passeio a dois, mas antes a notícia da transmissão do vírus. Mas juram a pés juntos que "foi só uma vez e não teve qualquer signficado".
Não sei o que é mais ofensivo: se o revelarem esse triste vatícinio ou se pensarem que as mulheres são mesmo estúpidas e acreditam nisso.
Eu não posso dar sangue, não pela minha orientação sexual mas pelo meu peso. Faz sentido, não posso dar algo que me faz, claramente, falta.
Isto é lógico. Inscreve-se na linha do bom senso. O que não faz sentido é barrar à partida um conjunto de pessoas que por amarem ou desejarem e, como tal, dormirem com pessoas do mesmo sexo, se vêem impedidas de ajudar amigos, conhecidos ou até completos desconhecidos. Isto deveria ser louvado, não vedado.
Há pessoas altruístas, conscientes do seu papel cívico. Muitas delas até são gays. Veja-se lá bem isto! Ele há coisas...
Muitas vezes troça-se de homossexuais dizendo que se cuidam demasiado, que dão exagerada importância ao aspecto físico, que são "gym freaks", que sabem sempre tudo sobre novos produtos de saúde, cosmética e afins.
Ainda gostava de saber onde é que isso é errado? Qual é a lei ou planeta que impede que isso faça sentido?
E se se tratam assim tanto, então, muito provavelmente, isso quererá dizer que vão mais vezes ao médico, fazem exames com muito maior regularidade (que eu fazem de certeza) e que se protegem em relação às DST de forma muito mais cuidada que muitos heterossexuais, certo?
Mas isto é só a lógica e o bom-senso a falarem. Mas quem é que precisa disso num hospital quando o que está em questão é a vida de outro ser humano? Que tudo o que precisa é de sangue saudável, limpo?
O que cada vez mais constato é que não é de sangue limpo que precisamos. Desse (ainda) há muito. Precisa-se, urgentemente, é de limpar a "surro" que habita a Mente Doente da Saúde em Portugal.
Essa sim precisa de ser analisada.
3 comentários:
Faneca, mulher, acho que nunca escreveste tão bem! GENIAL!
Angelo, rapaz, concordo plenamente contigo (perdão, consigo)!!!
Esta míuda quando se inspira dá nisto, dá-lhe forte e feio! Muito bem, na realidade a mente humana tem disto e muito mais, infelizmente. E eu que vivo num sítio bastante limitado em muita coisa e principalmente em boas mentes. Mas aqui é ideias limitadas em tudo, até dói...
E mai nada V.! Quem fala assim não é gago. Gostei muito de ler a tua crónica, como sempre, muito boa ;)
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