sexta-feira, 8 de maio de 2009

Vernissage à portuguesa

O Dolce Vita Tejo, sito na Amadora, abriu ontem as portas.
Claro está que os estrategas do marketing, conhecedores que são do mercado português e sua mentalidade, optaram por, uma vez mais, atribuir descontos aos primeiros clientes a entrarem no dito centro comercial.
Óbvia foi também a reacção "portuga":
Pensa o português de si para consigo: "Ena pa, vão abrir aquela coisa nova lá Amadora ou lá o que é e dizem que estão a dar promoções ou descontos ou lá o que é."
A sua mulher ainda hesita visto que o Dolce Vita fica a uns 50 quilómetros de casa e se calhar o dinheiro que vão dispender em "gasoil" não "recompensa" a ida, mesmo com promoções inluídas. Mas visto que está farta de passar os dias em casa, a não sair para ir à praça, e à "bica" aos domingos depois do almoço, anui e lá vão eles.
Eles e mais meio Portugal, que mesmo em crise lá pega em si e vai ver algo completamente novo: um centro comercial.
Mas espera, não é um centro comercial qualquer, é o maior do País! E da Europa! Eia! Isso torna tudo completamente diferente. Ou seja, tem as mesmas lojas, restaurantes, e locais de animação, com a diferença que consegue aguentar doses de monóxido de carbono muito maiores. Ah e multidões também.
Portanto, a diferença é que tem mais uns bons metros quadrados e claro o principal: é novo. O português ainda pode assistir com deleite às pequenas incorrecções típicas de construções à Portuguesa: escadas rolantes que não funcionam, uma boa percentagem de lojas que ainda não abriram, extintores em falta, etc.
Mas também o que seria de uma inauguração sem isto? Nem o português se satisfazia com menos, afinal está habituado a isso e há que manter os padrões.
Não fui lá mas creio que não deve ter desiludido quem lá foi.
Fica então aqui um excerto de uma entrevista que fizeram a uma senhora (umas das dezenas que lá estavam) que se encontrava à porta desde as 21 horas do dia anterior para ser uma das cem primeiras e assim ganhar um vale no valor de 100 euros. Assim sim, há que ter a fasquia bem alta!

Repórter: "A senhora está aqui desde quando?"

Entrevistada: "Olhe, eu estou aqui desde ontem às 9h da noite."

Repórter: "Deve ter custado, tanto tempo aqui, em pé, a dormir aqui e para mais a senhora está grávida, não é?"
(A barriga era bem visível, logo o estado de gravidez já era avançado).

Entrevistada: "Sim, estou, e custou, foi muito doloroso mas passou-se bem."



Temos ou não temos o país que merecemos??

2 comentários:

Angelo disse...

Esta gente não é normal! Em bom inglês, get a life!

Mas hei-de lá ir, que fica pertinho de moi!

J. Maldonado disse...

Sem dúvida.
Infelizmente ainda continuamos a ser o povo rústico e iletrado dos tempos do ti António. :|