segunda-feira, 28 de maio de 2007

"Ó Patrão!!"

(Lauren Graham e Scott Patterson ou "Lorelai" e "Luke" da série Gilmore Girls, no diner do segundo).


“Ó patrão!!”


Quantas vezes ouvimos já esta expressão nos mais variados locais? Patrão, patroa, chefe…
Os portugueses sofrem do chamado síndrome de subalternidade aguda (facto cientificamente comprovado, bom…ainda não, visto que acabei de o inventar… ora deixa cá ver… agora. Contudo, depois desta crónica sê-lo-á sem qualquer margem para dúvidas).
Num restaurante não sabemos o que chamar ao garçon (os franceses é que a sabem toda… ou então… não) o que fazemos nós? Chamamo-lo de… chefe. E porquê? É chefe de quê ou de quem? Do copo de água que carrega (e ser de água foi propositado, numa espécie de campanha antiálcool mas sem a maçada do balão), chefe das batatas fritas? Não me parece.
Numa conversa entre amigos, um fala da sua legítima. Qual o título com que se refere à dita? Ah pois é, já estão a ver também, não é? “A minha patroa”. Como disse, é a subalternidade em todo o seu esplendor(?). É já algo de inconsciente e incontrolável. Experimentem como tratar o empregado que simpaticamente vos atende no restaurante. Se não o brindarem com o termo “chefe” irão (muito) provavelmente utilizar a alternativa onomatopaica “psssttt”, que, convenhamos, em nada nos engrandece.
Oscilando entre o puro paternalismo ou a cândida subserviência, todos, somos (à boa portuguesa) patrões e empregados, dos outros e de nós. Remato apenas com uma sugestão: visto que se celebra o dia da família este mês, e imbuídos deste espírito “empresarial”, por que não oferecer um perfume aos vossos entes queridos. A marca… obviamente: Boss, Hugo Boss.
Vanessa Limpo, in Correio de Setúbal, edição de 22 de Maio de 2007.

1 comentário:

Angelo disse...

AH AH!
Eu como sou fino diria "olhe, se faz favor" ou "desculpe". Mas "chefffeeee"!!!!????