sexta-feira, 30 de outubro de 2009

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O chão que eles pisam...

Paro em locais, pessoas, sítios. Paramos todos. Em situações mais ou menos importantes, com pessoas que nos tocam ou inspiram de formas mais ou menos tocantes. O que raramente fazemos é centrarmo-nos no que estamos a fazer enquanto estamos parados com essas mesmas pessoas nesses mesmos locais.
É sempre tudo muito rápido. Demasiado rápido. E qual controlo remoto dentro de nós, seguimos para o compromisso seguinte, munidos de um “GPS” temporal, bússola interior que nos guia até à paragem seguinte.
Outro dia estava parada, a ver televisão e o meu controlo remoto (o físico e mais tangível) levou-me até um canal conhecido pelas biografias que apresenta (foi o melhor eufemismo que consegui para o designar no mais curto espaço de tempo). E, uma vez mais, o canal não me surpreendeu. E não foi, de novo, pela positiva.
Entendo a filosofia de se buscar material “luso”. Gente “nossa”. Não poderia estar mais de acordo. Entendo ainda a necessidade de se trazer à luz do ecrã televisivo os designados “famosos”, os rostos mais familiares.
Não entendo, todavia, como é que apresentar a biografia de um bailarino luso de 17 ou 18 anos se inscreve na premissa do programa. Ou da própria palavra.
Quando se escreve uma biografia pressupõe-se que o seu sujeito tenha uma história, um passado consigo. Um percurso ou carreira. Ou como gosto de pensar, que tenha “chão por baixo dos seus pés”. O bailarino tem chão por baixo dos seus mas o solo em que se move, por muito fértil que seja agora, não está ainda alicerçado, construído. A estrutura está ainda a secar das primeiras tintas. O mesmo se passa com a biografia de uma jovem actriz portuguesa que não conta mais que 25 ou 26 primaveras. A qualidade do que faz ou da entrega que assume nos papéis a que se propõe não estão em causa. Nem o seu desejado futuro sucesso profissional.
O que está aqui em causa vai para além disso. Num tempo que nos suga nos seus vórtices turvos, em que não paramos mesmo quando estamos parados, consigo entender esta política televisiva. Não se quer esperar pelo Tempo. Nem pelo amadurecimento. Das pessoas, do que fazem e representam. E sobretudo, do seu legado. Uma biografia a meu ver, assenta nisso, um legado.
Uma dádiva para os outros. Que os faça pensar. Algo difícil nos tempos que correm.
Afinal... isso leva tempo.


Vanessa Limpo

in "Expresso SemMais", edição de 24 de Outubro de 2009.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

As cerejas de Julho...

Um das melhores coisas que pode acontecer na (minha) vida e nos dias que a vestem são boas conversas. Que são como as cerejas, essas as boas, já se sabe, mas há aquelas que sabem a cereja de Julho, que está boa porque está no ponto certo da sua maturidade.
Hoje e já noutros dias, com a I. tive uma dessas conversas. A I. é jovem, e ontem ao falarmos uma vez mais, disse algo que não corresponde à maturidade que a sua (jovem) idade preconiza.
A I, disse, entre outras coisas, algo como "Não sou da minha idade". É preciso ser-se maduro para dizer isto. Sentir isto. É preciso haver chão por baixo dos nossos pés para que flua este tipo de discurso.
Gosto de pessoas com chão e gosto, sobretudo, que esse chão corresponda a um olhar centrado e humilde perante a vida. Nas muitas conversas que tenho tido ultimamente, oiço muita gente a fazer imensos planos, inundadas de certezas e projectos inquestionáveis.
Nada tenho contra planos e projectos, muito pelo o contrário. O meu próprio trabalho emerge da planificação como seu pilar. Todavia, cada vez sinto que com o passar dos anos, com a experiência que a vida nos dá (mesmo e sobretudo quando não estamos prontos para lidar com o que ela oferece) que a planificação do nosso percurso vale o que vale a planificação de uma aula: podemos estabelecer objectivos, critérios, metodologias e estratégias...no fim, a vida acontece tal como é suposto, e tal como no papel da burocracia pedagógica, os planos caem nesse outro chão que a vida para nós reserva.
Não sou fatalista. Nunca o fui. Acredito que construímos e colhemos o que semeamos. Mas sei que há muito solo incerto e areias movediças nesse trilho.
Sei que não sou o que era há dois ou três anos. Sei que não serei a mesma daqui a outros tantos. E é bom. Aprendi, com o custo que algum chão árido me ensinou, que não temos a mesma pele sempre, não sonhamos o mesmo Sonho, ou desejamos a mesma Vontade.
Aprendi que é bom organizar, conjecturar mas descobri que o(s) maiores prazeres são os inesperados. As melhores memórias têm o sabor da imprevisibilidade.
Não me custa não saber o que vem a seguir. Não me importo de mudar. Quer queira, quer não, irá sempre acontecer.
E essa é a minha única verdade, do alto da minha humildade em saber que, no fundo, sei tão pouco. Ainda bem. Significa que ainda vou conhecer, aprender muito mais.
E que, inesperadamente, em tardes de Outono regressado, colho cerejas de Julho em solo inusitado.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A minha quinta dava uma novela indiana...

Ultimamente tenho assistido a duas febres. Como que uma espécie de surto epidémico (e não, não vou falar do vírus H1N1), que devasta tudo o que encontra, não deixando lugar na caixa craniana para mais nada (não, também não é sobre a prestação surpreendente do SLB esta época).
Falo de “Farmville”, um jogo virtual que toda a gente (ou quase toda, incluindo eu própria mas felizmente consegui obter o antídoto a tempo para me desligar) joga, jogou, vai jogar e depois, como em todas febres/vícios irá deixar. Ou então…não.
Sei que a ideia de plantar, semear e colher nabos, abóboras, arroz ou dar de comer a patos, cavalos, coelhos e animais afins sempre foi o sonho escondido a realizar de todos nós. Quem nunca pensou em ordenhar ou colher frutos como se não houvesse amanhã que levante a primeira maçã acabadinha de colher.
E assim, e porque me deixei, ainda que por parco tempo, viciar lá dei comigo a olhar para o relógio e sentir que estava atrasada para tratar da minha quinta e dos meus animais, e que se me demorasse muito o meu universo agrícola se expandiria em podridão. E comecei a considerar que estava já a entrar na esfera da psicose quando percebi que falava de couves, feijões que como dizê-lo de forma simpática e indolor: NÃO existem. São virtuais! Não apodrecem porque…não existem…
Mas e porque esta não é a única psicose colectiva do momento, há que mencionar a outra, a que preenche as conversas no metro, nas escolas, nos jantares e demais eventos sociais. Portugal pára para ver uma novela sobre a cultura Indiana. E tal, como aqui há uns anos atrás com uma novela sobre a cultura marroquina, oiço conversas sobre o fascinante mundo Indiano, sobre as roupas, as intrigas e a cultura do dito país. E dizem que a novela é óptima.
Não posso opinar muito pois não vi mais que cinco minutos do enredo. Mas do que sei, continuam a existir amores impossíveis, famílias ricas e pobres (que tomam pequenos-almoços que nem no "Chá da Lapa" se devem fazer), roubos, doenças a explorar e mal-entendidos que levem a pensar que o herói morreu quando afinal até estava bem vivo. Fascinante! E diferente!
Apenas algo me intriga: o país pára pelo fascínio com a cultura, gastronomia e costumes indianos mas quando digo que moro na Mouraria…oiço sempre o mesmo tipo de comentários que terminam, invariavelmente com este remate: “Indianos? E não tens medo?”.
Isto sim, dava mesmo um filme…indiano.


Vanessa Limpo

in "Expresso SemMais", edição de 10 Outubro de 2009.

domingo, 11 de outubro de 2009

Blank page

Take off and land..that's how my brain feels...a row of unstoppable, unsttopped take offs and landings...wake up, wash my face and my mind from the doziness of Morpheus...still sleepy nevertheless...
Still unfound...still taunted...
Went to the movies...needed to breath the autumn's breeze inside a shared rooom...movie starts and I take off again...from myself...
Watch the movie, tides of mixed, confused feelings. Like it. If it only didn't remind me that it was time again to land...
So I landed...departed from the room and its soft silence. Landed on the desk again.
Tired even wihtou trying. Without the tiresome effort.
Go thought (mentally) at the grids and tests, and manuals I have to do or prepare...
Nothing done.
Another blank page of time.
And myself.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cartaz das (t)artes

Uma dúvida quase existencial assola-me continuamente todos os domingos.
Pergunto-me a cada início de tarde domingueira o que se passará na mente dos directores de programação para colocarem os filmes mais estapafurdiamente insípidos que a o pequeno ecrã já viu.
Quando as 15 horas se aproximam o meu receio aumenta, sendo ampliado com dúvidas sobre as fitas a serem exibidas. Costumo já ter palpites, que, domingo após domingo se tornam realidade, concretizando em títulos cujas cabeças de cartaz são, invariavelmente, nomes como Lindsay Lohan, as gémeas Olsen, ou passam pela 956688696040858 vez “American Pie” (qualquer dia creio que a fita ficará riscada ou auto mutilar-se-á, cortando-se a si mesma). Todas as tartes, perdão, as tardes de domingo.
Provavelmente os directores de todas as estações partilham entre si a filosofia de não querer defraudar o seu público, e como tal, apostam no que é já tradição. Não querem que as audiências se cansem a ver filmes mais alternativas ou que, vejam só, possuam aquele traço único que define um filme, que até tem um nome giro que é... argumento.
Para quê filmes com argumento, que façam pensar, se até é domingo e as pantufas e os amendoins estão ali ao lado? Para quê introduzir noções como fio condutor, narrativa, mensagem (seja política, social, económica, etc)?
Maçada. O público não é isso que quer. E, por isso, sai mais uma tarte requentada, ou uma Lindsay Lohan (que no seu expoente máximo, até nos brinda com a sua presença a fazer duplo papel como gémea). E por falar em gémeas, as irmãs Olsen também raramente falham nas escolhas filmícas. De bebés a adultas, com especial incidência na sua fase adolescente, jorros de filmes passam com estas duas magníficas actrizes.
Quem são elas? Pois. Ora bem. Era mesmo aí que eu queria chegar.
Os filmes do Chevy Chase (quem tiver menos de 25 anos nem valerá a pena ler as linhas seguintes) que tínhamos de engolir todos os domingos qual sopa para a Mafaldinha, foram então destronados por estes. Os filmes do Chevy eram como as histórias dos livros da Anita. "Anita vai ao parque", "Anita na escola", "Anita a dormir a sesta", lembram-se? Assim era com o pobre Chevy Chase que se via sempre em constante apuros nas mais diversas situações.
Todavia, vendo os filmes supramencionados, já estou como o outro senhor e digo: Volta Chevy Chase, estás perdoado. Perto disto és o Manoel de Oliveira das “tartes" domingueiras.


Vanessa Limpo

in "Expresso SemMais", edição de 26 de Setembro de 2009.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O Verão neles

Estou sentada na sala de professores em frente ao pc..tenho mil coisas a tratar, preparar, ler, rever, assinalar, apontar...nunca os verbos no Infinitivo fizeram tanto sentido.
Estou sentada. Sinto-me perdida. Tenho medo. O filme não é de terror. Mas tenho medo. Medo de falhar (o meu medo mais costumeiro) medo de não conseguir. De me atrasar a entregar planficações, planos de actividades, pautas e todos os etcas que come with the territory...
No meio tudo disto as aulas e os alunos...o mais fácil dentro do difícil. Mas é solo conhecido e terreno mais macio onde pouso medos e receios afins numa segurança menos tímida.
São tão jovens, ainda têm os rostos redondos de sonhos e adolescência.
São encarregados de uma educação muito própria, nem sempre linear. Gosto disso.
Sempre me atraiu o que escapa, o que é incomum ou estrangeiro à ordem.
Gosto das gargalhadas, dos olhares de dúvida e do apontar frenético.
A inocência ainda mora ali. Entre roupas de marcas, dois ou três telemóveis per capita, páginas de Hi5 e/ou Facebook sempre actualizades.
Estão ainda entre os LOLS e os já tenros vislumbres de responsabilidade e trabalho.
Estão verdes mas num verde a transmutar-se para arco-íris fecundo de Verão.
Ainda é Verão nas vidas deles. As suas vidas, são ainda (não em todos mas em muitos casos, felizmente) um Verão imenso.
E eu olho-os com a doçura de um olhar um pouco mais Outonal que o deles. E rio com eles. E de, repente, é Verão em mim. LOL.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ao A.

Hoje quero falar do A. Falo (quase) sempre de meninas.
Hoje o tempo das letras é teu A.
O A. é daquelas pessoas que quando entra numa sala não dá nas vistas ou faz por ser o centro das atenções. Ele É, naquele e em todos os momentos em que se cruza com os Outros, o centro, a raiz de qualquer sala.
Sobretudo das salas que moram nos nossos corações.
O A, tem a capacidade de conciliar, agregar em e para si pessoas das mais diferentes origens, credos, etnias, orientações, gostos ou opiniões.
Quando o A. (nos) chama, nós vamos. E vamos conjungando o verbo "ir" em todos os tempos...fomos no passado pô-lo ao aeroporto quando foi para a terra das geishas, fomos quando voltou por uns tempos, fomos quando partiu de novo.
Voltámos a ir quando voltou agora. E a ti vamos, regressamos todas as vezes que nos "mandares". Não mandas, que não és arrogante. Nem pedes, no fundo, pois para nós é natural sabermos que nos queres contigo. Estando tu em que parte do globo estiveres.
Mas a parte onde mais estás é bem perto...é em nós.
Cá dentro.
O A. é daquelas pessoas que me (nos) faz esquecer qualquer partícula de tristeza que tenhamos. E quando esse mal custa a esquecer, ele vem e ouve. E nós falamos e nesse momento ele transmuta-se e torna-se Conforto.
Não posso dizer isto de muitas pessoas. Apesar de parecer que gosto de muitas pessoas. Tenho é o privilégio do talento para a escolha das amizades como já aqui escrevi. Mas de qualquer forma, o A. não é qualquer um...
E apesar de ser Um, ele é tanta gente em simultâneo. Congrega tanta luz em si que sabe ser filho, neto, amigo, vizinho, professor, colega. E professor que é, passa sempre com louvor e distinção.
E o que mais me encanta é que não o faz conscientemente.
E essa é, a meu ver, a essência da Bondade: altruísmo puro. Dar-se, ouvir e estar pelo prazer genuíno que tem em estar-se com os Outros.
É forte. Nunca lhe disse como o admiro. Faço-o agora pois o Afecto não tem hora marcada. Admiro a sua coragem de partir, de largar convenções e confortos adquiridos. Admiro a sua busca incessante em Conhecer, Ver, Viajar. Mudar.
Não hesita. Mesmo que assustado (que não o dirá) parte pois a voz que ouve é a que está dentro da sua Convicção, e a ela tem de obedecer.
O A. é impulsivo, ri e traz gargalhadas em todas as cores do arco-íris para nós.
Não é trocista. Tem muito cuidado com os sentimentos dos outros porque sabe que não há mais digno de respeito que a individualidade de cada um.
Sensível, doce, franco, frontal (não hesita em dar um grito ou uma "wake up call") quando assim tem de ser. Se não concorda terá de o dizer. E se o diz é porque se preocupa e não o inverso. E a nós cabe-nos aceitar porque somos seus amigos.
O A. não tem bom coração, é um bom coração com uma pessoa (linda) à volta.
E, por isso, hoje aqui, sentada entre o computador e uma noite de Outono breve, deste lado castiço da cidade, oiço, como que ao compasso de uma canção da tua Tininha, o pulsar suave do teu coração.
Que tem a sorte de vir abraçado a ti.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Não mais que dezasseis anos...

Ela estava sentada à espera do metro. Não tinha mais de quinze ou dezasseis anos. Olhei para ela porque chorava.
Era jovem. Não mais que dezasseis anos. E chorava.
Chorava daquela forma de quem se entrega à dor, se esvazia de si e a água do seu peito tinha de sair. Não havia outro escape. Outra solução. Outro Norte.
Ela desaguava dor. Não mais que dezasseis anos.
Entrou no metro. Continuava a chorar. Sem controlar em contenção, sem conseguir parar. Estava em pé, cabeça baixa, eixo certo para a lágrima correr. Não olhava em volta. Quase ninguém deu por isso.
Não mais que dezasseis anos.
Senta-se de seguida, como que a procurar a melhor posição para a dor (quem disse que era deitada?). Ela sabe -tenro peito dos seus dezassesis anos- que quando dói, não estando parada, acalma o ardor que corre lá dentro. Lá no âmago de si onde a Dor se centra, lançado os seus tentáculos corpo fora, peito fora, rosto fora.
Ela chorava, copiosamente, sentada, envergonhada. Não mais que 16 anos.
Ela sabe já o quanto a Dor dói. Levanta o rosto para ver se no meio desse desaguamento de si para fora, se não se enganou na estação de metro. Quis saber se o ritmo do seu descontrole não se descompassou com o rolar dos carris.
Não. Ainda não era a sua paragem. Baixa a cabeça. Volta a chorar. Pára um pouco e volta, quando lá dentro percebe que é irremediável, embora ainda não acredite que está a acontecer. Dilúvio de si, de novo.
Sai do metro. Estação Alameda. Sei porque saí atrás dela, segui-lhe os passos. Pelo menos até saber que iria chegar à superfície e que a multidão da cidade a protegeria. De si mesma.
Lá ela seria apenas uma miúda cheia de pressa a olhar para o chão. E aí sim, sob a luz lá fora, cheia de cadernos e livros a envolver-lhe os braços e pesar, choraria à vontade. Afinal ninguém vê.
Não tinha mais que dezasseis anos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O que se sente por aqui...

"só eu sei

só eu sei que sou terra
terra agreste por lavrar
silvestre monte maninho
amora fruto sem tratar

só eu sei que sou pedra
sou pedra dura de talhar
sou joga pedrada em aro
calhau sem forma de engastar

a cotação é o que quiserem dar
não tenho jeito para regatear
também não sei se eu a quero aumentar
porque eu não sei

porque eu não sei se me quero polir
também não sei se me quero limar
também não sei se quero fugir
deste animal
que anda a procurar

só eu sei que sou erva
erva daninha a alastrar
joio trovisco ameaça
das ervas doces de enjoar

só eu sei que sou barro
difícil de se moldar
argila com cimento e saibro
nem qualquer sabe trabalhar

em moldes feitos não me sei criar
em formas feitas podem-se quebrar
também não sei se me quero formar
porque eu não sei

porque eu não sei se me quero polir
também não sei se me quero limar
também não sei se quero fugir
deste animal
que anda a procurar"


António Variações


P.S. Confesso que surripiei ao blog da A. pois queria tanto ter a letra aqui.
A, sou uma "gatuna" de posts, sorry.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

10 things I love about the countryside...

- Poder dizer "Bom dia" e ainda ganhar o bónus de receber um de volta.

- A serra do Colcurinho pela manhã.

- A água do Alva a correr até (quase) me adormecer.

- O som característico da carrinha "Family Frost".

- O sino no campanário a lembrar que já é mais que dia.

- Ser a "vizinha" e "prima" de toda a gente.

- Perguntarem-me a quem "pertenço".

- Os bolos que saem do forno e o sabor da carne grelhada na brasa.

- Os meus pés em cima dos do meu avô no sofá.